História e vida de Santo Amaro

Festejado a 15 de Janeiro, Santo Amaro – também chamado de Mauro – nasceu em Roma no século VI. De origem patrícia, era filho do senador romano Eutichio.
Com apenas doze anos de idade sai de Roma para o Monte Cassino, trazido por seus pais que, o entregam aos cuidados de São Bento, fundador da Ordem Beneditina, para que ali termine a sua formação. Verificando-lhe elevadas qualidades, corresponde de tal modo às expectativas do seu mestre, que se torna o seu homem de confiança e em pouco espaço de tempo, vai sendo encarado pelos outros religiosos como um exemplo a seguir. São Bento em reconhecimento dessas virtudes, escolhe-o para trabalhar na escola de jovens, anexa ao mosteiro de Monte Cassino.
São Gregório exaltou-o por se ter distinguido no amor, na oração e no silêncio, e que, a exemplo de São Pedro, foi recompensado pela sua obediência andando sobre as águas. Conta-se que certa vez um colega seu, de nome Plácido, estava a afogar-se longe de todos, no açude de Subiaco. São Bento teve a visão do perigo e pediu a Amaro que fosse salvar o irmão religioso: “Irmão Amaro, vai depressa procurar Plácido, que está prestes a afogar-se”. Obediente, Amaro pediu a São Bento que o abençoasse e, sem hesitar e com a graça de Deus, correu e andou sobre as águas sem se afundar, agarrou Plácido pelos cabelos e trouxe-o para a margem não se apercebendo sequer, Amaro, de ter saído de terra firme. Quando Amaro deu conta do que sucedera atribuiu os méritos ao seu mestre, São Bento. Teve portanto mais fé do que São Pedro que, por duvidar, se afundou nas águas do mar de Tiberíades.
Reconhecido o valor de Amaro, que cumpria tão bem o ideal da Ordem (dos beneditinos), o Patriarca dos monges incumbiu-o de importante missão: difundir na Gália (França) a Regra de São Bento, o que ele executou nos primeiros vinte anos do século VI.
Com alguma naturalidade, foi sendo encarado como o herdeiro espiritual de São Bento e seu eventual sucessor. Segundo uma tradição, foi mesmo Amaro quem ficou a substituir São Bento quando este foi viver para o Monte Cassino. A ele é atribuída a abertura da Ordem beneditina em França e a fundação do mosteiro de Granfeuil (Saint-Maur-sur-Loire).
Suas principais virtudes: casto, humilde, caridoso e obediente à Regra da Ordem. Ainda em vida, Amaro teve fama de santidade. Faleceu em 584.
É invocado na cura de certas doenças; gripe, reumatismo, rouquidão, dor de cabeça e paralisia. É padroeiro dos transportadores.
A sua imagem representa-o com algumas variantes: habitualmente vestido com hábito e capuz tendo um livro na mão (o livro da Regra de São Bento ou, se quisermos, os Estatutos da Ordem) e uma pequena balança (para pesar a comida dos religiosos), balança esta que lhe terá sido entregue por São Bento ao partir para França.
Noutras imagens é representado com báculo abacial, semelhante ao que os Bispos e o Papa ainda hoje usam quando estão a presidir a algum acto religioso.
Ainda por vezes, é representado com uma muleta que alude ao seu patrocínio em favor dos que sofrem de males dos ossos ou de gota.
No seu escudo encontramos gravadas umas flores de liz que recordam que foi ele que introduziu a Ordem beneditina em França.